Especialista aponta cinco modelos de escritório que chegaram no Brasil com a pandemia e e cita as vantagens que devem fazer cada um permanecer de vez.
O escritório de trabalho, como o conhecíamos até agora, já pode ser uma relíquia do passado,segundo David Mott, sócio fundador da Oxford Capital, uma firma de investimento imobiliário em Londres.
O especialista em negócios afirma que o coronavírus nos deu uma "grande oportunidade para uma mudança histórica real" e "reinventar o conceito de escritório". Ele conta que, em muitas de suas reuniões nos últimos meses, ele discutiu com sua equipe como serão os espaços de trabalho daqui para frente.
"E não só a minha empresa, mas muitos de nossos clientes, empresas de todos os tipos, dentro e fora do Reino Unido que estão pensando no futuro do trabalho", disse ele em entrevista a BBC News Mundo.
Para ele, a covid-19 mudou as regras do trabalho. O local de exercer a profissão não é mais onde se espera passar turnos fixos com horários rígidos. Agora, pode ser em qualquer lugar, como em casa, em uma cafeteria ou até mesmo em um coworking.
"É claro que, para algumas profissões, a localização é importante. Mas os funcionários de escritório estão vendo uma página em branco. Temos uma oportunidade incrível de redefinir a forma como trabalhamos e reescrever as regras."
O especialista em negócios considera que a pandemia criou cinco novos modelos de escritórios no mundo. São eles:
Escritório totalmente remoto
Abrimos nossos olhos para as maravilhas do trabalho remoto. O Zoom e outras plataformas de videochamada não são perfeitos, mas nos libertaram do escritório. Os nômades digitais já faziam isso e agora aprendemos com suas experiências.
O home office é uma possibilidade real para muitos negócios, mas exige muito trabalho e muita tecnologia para funcionar bem. Trata-se de buscar ferramentas sociais para que as pessoas possam interagir.
O principal desafio desse modelo é a falta de contato com a equipe. Por outro lado, uma das principais vantagens é a possibilidade de novas contratações em lugares distantes, "para expandir talentos", além de economia de custos.
Modelo híbrido
Esse modelo consiste em trabalhar um ou dois dias por semana no escritório e o restante à distância. Trata-se de combinar trabalho remoto com trabalho de escritório.
Nicholas Bloom, professor de economia da Universidade de Stanford e especializado em trabalho remoto, disse à BBC que dois dias de trabalho em casa por semana é o modelo ideal para alcançar um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, reduzindo o estresse e o tempo de deslocamento entre caso e escritório.
Porém, ele pode não funcionar para todos, principalmente aqueles que preferem uma rotina mais estabelecida.
Modelo remoto 'plus'
Uma semana no escritório, seguida de três semanas trabalhando remotamente. Esse modelo permite que as pessoas fiquem longe, mas façam o esforço de passar o tempo trabalhando ao lado de sua equipe uma vez por mês. Não é o modelo mais difundido, mas algumas grandes empresas decidiram aplicá-lo em breve depois de deliberarem com os funcionários.
Para muitos colaboradores, trabalhar de casa tem muitas vantagens, mas estar no escritório e em contato com os colegas também têm. Não por ser menos produtivo o trabalho remoto, mas porque que ir para o escritório nessa semana pode ser bom para o trabalho em equipe.
Hub e Spoke
Este modelo leva o nome de um paradigma de distribuição radial, que se expande a partir do centro, como uma espécie de "raios" de sol. Consiste na expansão da empresa, com escritórios remotos em outras cidades ou países, para aproveitar as competências locais".
Se, por exemplo, 10 colegas morarem na mesma área, eles podem se socializar com mais frequência nesses espaços ou colocar em prática o conceito WFA (trabalhe de onde quiser pelo tempo que quiser). Ou seja, ele é uma variante do escritório híbrido com mais opções locais, dependendo do layout da equipe.
Tempo de qualidade
Este quinto modelo diz respeito a empresas que priorizam a qualidade da produção, sem fiscalizar tanto o horário de trabalho: não importa que os funcionários trabalhem das 9h às 17h; cada pessoa é diferente e tem seus compromissos. O importante é o resultado do trabalho.
O outro lado da moeda de trabalho flexível é que realmente temos que confiar em nossos colegas e funcionários. Quando as pessoas estão em casa, não sabemos o que estão fazendo o tempo todo. É por isso que este modelo requer um alto nível de confiança."Mas quem não gosta de confiança no trabalho? Eu não ficaria feliz na minha organização se as pessoas não confiassem em mim.
Fonte: Contabeis.com.br